Patilhando saberes

As inteligências, quando se articulam e interagem, criam sinergia e exponencializam a nossa inteligência individual. Eu passo a incorporar em mim a inteligencia dos demais que interagem comigo.
Um pensamento individual é um só pensamento. Um pensamento compartilhado...é um pensamento sinergético. E o pensamento sinergético faz a nossa consciencia abrir-se em olhares infinitos, dimensões e compreensões infinitas. É como se tivéssemos mil olhos, mil sensores e mil estados de consciência.
Queremos ter a oportunidade de compreender o que isso significa. Digam-nos! Nos deêm a oportunidade de nos ver com teus olhos e aprender, contigo, sobre nós.

Silva,2006, p. 37



segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Orientações ao trabalho com a rotina do 5º ano


ORIENTAÇÕES PERTINENTES AO TRABALHO COM A ROTINA DO 5º ANO DO ENSINO  FUNDAMENTAL DE  NOVE ANOS
Sabemos que os alunos se desenvolvem de maneiras diferentes e cada uma apresenta seu próprio ritmo. Quando acompanhamos de perto o desenvolvimento de nossos alunos temos condições de refletir, planejar e registrar atendendo a necessidade de todos. Sendo assim, precisamos trabalhar com as crianças de forma dinâmica, significativa e cooperativa, pois uma das grandes competências exigidas do cidadão do século XXI é a capacidade de contribuir criativamente em grupo para a solução de problemas.  
Diante disso, segue abaixo as orientações para o trabalho com a rotina do 5º ano:
MOTIVAÇÃO

A motivação faz parte da aula diariamente, está intrínseca nas atividades iniciais do dia (Roda da conversa, Roda da História, Movimento...), dá expectativas para o aluno sobre o que vai acontecer.
Pode introduzir o assunto que será trabalhado durante o dia, uma propaganda da sua aula ou de algum momento específico, porém de forma simples e clara.
Pode ser um objeto, fantasia, jogo, brincadeira, música, foto, obra de arte, livro, brinquedo ou experiência, etc.



RODA DA CONVERSA

A roda da conversa no Ensino Fundamental deve ser dirigida e planejada pelo professor, evitando o improviso.
É o momento em que além de já contemplar a motivação da aula, orientar os alunos para atividades que acontecerão durante o dia (pauta) e procedimentos nos grupos, de desenvolver a habilidade argumentativa e descritiva dos alunos, além do processo de metacognição. É importante que este momento da rotina conte de atividades permanentes como: a rodas de jornal, debates, assembléias, avaliações e feedbacks. É um momento interessante também para se trabalhar valores morais e éticos, iniciar um novo tema e/ou conteúdo e principalmente, de ouvir o que pensam os alunos sobre determinados assuntos. O ideal é que esteja presente, diariamente no plano de aula do professor.

RODA DA HISTÓRIA

A roda da história é um momento de apreciação por parte do aluno, em que ele observa e aprende procedimentos de leitor com o professor (leitor mais experiente), ou mesmo com outros colegas.
Sendo assim, o planejamento na seleção dos livros ou demais portadores, assim como a preocupação da postura de quem lê, são essenciais e determinantes para desenvolver o interesse das crianças pela leitura de bons textos.
O professor deve selecionar as leituras de acordo com o interesse da faixa etária e maturidade de seus alunos, pensando sempre naquilo que gostaria que lessem futuramente sozinhos, é o momento de ampliar repertórios e tirar alguns “estigmas” nos alunos, como por exemplo, “livro sem figuras não é bom” ou “livro mais grosso é só para adultos”, ou ainda, “tem livros certos para cada idade”.
Alguns procedimentos de leitores mais experientes podem ser desenvolvidos nos alunos, como: ler vários livros do mesmo autor para observar seu estilo de escrever, se interar do assunto do livro lendo a contra capa ou sumário, ler alguns capítulos que mais lhes interessem, ler várias versões da mesma história, comparar a leitura de um livro com o filme e observar a diferença entre as linguagens.
Livros de aventura, ação, assim como comédias e histórias de terror, atraem particularmente crianças dessa idade. A leitura em capítulos por parte do professor os deixa fascinados a ponto de não faltar à aula para não perder o capítulo seguinte, ou depois de terminada a leitura disputarem o empréstimo o livro na biblioteca e reler várias vezes com a mesma ansiedade da primeira vez.
Se o responsável pela roda da história for um aluno da turma (o que poderá acontecer uma vez por semana), este deverá escolher a leitura com antecedência e se preparar para esse momento, o ideal é que todos possam ler ao menos uma vez, mas sugerimos que o professor inicie selecionando inicialmente aqueles que tem mais facilidade e  quiserem se dispor a se preparar antecipadamente.
Poucos são as situações em que os alunos dessa faixa etária tem a oportunidade de desenvolver a atenção e se deleitar num momento de prazer ao ouvir uma leitura, portanto deve ser  especialmente planejado pelo professor como um dos itens mais importantes da rotina diariamente.

TRABALHO COM AGRUPAMENTOS

Vantagens do trabalho com grupos
·      Oferece mais tempo para refletir e propor soluções;
·      Oportunizar trocas entre parceiros e testar diferentes maneiras de resolver a mesma questão;
·      Oferecer às crianças tímidas mais chances de se expressar;
·      Trabalhar de forma precisa com o(s) aluno (s) e com as intervenções necessárias;
·      Observar pontualmente os avanços e dificuldades de cada aluno, planejando atividades e novas intervenções, prezando sempre o olho no olho de cada criança;
·      Permitir a observação mais atentamente dos problemas enfrentados pelas crianças, suas dificuldades, aprendizagens, gostos e interesses, o que muito o auxiliará no replanejamento pedagógico;
·      Atender as necessidades dos alunos que se encontram num grupo menor. Ou seja, não precisam ficar esperando o professor ir até eles. Situação que acontece quando se trabalha com todos os alunos ao mesmo tempo;
·      Evitar a discriminação e a exclusão.
Os trabalhos em trios e quartetos permitem formação mais heterogênea e possibilitam uma divisão interna das funções e do trabalho, podendo haver rodízio desses papéis em diferentes atividades ao longo do ano. A heterogeneidade aumenta as chances de surgirem várias hipóteses, o que pode tornar as discussões mais ricas.
A organização do tempo e do espaço – Zabala p.100 / Celso Vasconcellos p.83
Para organizar a aula faz-se necessário refletir sobre o tempo das atividades e o espaço em que elas acontecerão. É necessário pensar nas ferramentas adequadas que satisfaçam as necessidades educativas como: recursos materiais, organização do ambiente, atividades desafiadoras para realização com autonomia.
Agrupar os alunos deve ser uma ação intencional e criteriosamente planejada pelo professor. Tal ação deve estar baseada em três aspectos: os conhecimentos dos alunos sobre o que se pretende ensinar, as características pessoais dos alunos e a clareza do objetivo da atividade que se pretende propor. Deixar de considerar esses aspectos em geral resulta em agrupamentos improdutivos, baseados na improvisação. (Letra e Vida).
O mapeamento (diagnóstico da turma) é o ponto de partida das ações do professor. É ele que dá apoio para a divisão dos grupos, onde se reúnem alunos para que haja troca de saberes.
 “Começamos a detectar as limitações da organização em grande grupo quando os conteúdos a serem ensinados são conceituais. Em primeiro lugar, devido ao número de alunos, já que se o grupo é muito numeroso dificilmente poderemos estabelecer as interrelações necessárias para conhecer o processo de aprendizagem que cada aluno segue. Em segundo lugar, realmente teremos poucas oportunidades de conhecer o processo de elaboração e compreensão de cada aluno se todo o grupo tem que estar sujeito aos diálogos individuais entre professor e aluno. Certamente este trabalho será mais fácil se dividimos o grande grupo em pequenos grupos, cada um deles com trabalhos específicos, para que seja possível circular pelos diferentes núcleos e oferecer a ajuda necessária a cada menino ou menina.” ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar p.121.

Para que o trabalho com grupos menores dê resultados é necessário planejarmos a disposição do educador na sala de aula que atenderá um grupo por vez, para dar a atenção devida e diferenciada que as crianças ainda necessitam nessa faixa etária. O professor pode selecionar um dos grupos trabalhar situações pedagógicas mais de perto com as crianças, tendo a oportunidade de intervir e fazer questionamentos indispensáveis no seu avanço. As estratégias utilizadas com os alunos poderão ser realizadas individualmente, em duplas, trios ou com todo o grupo.
O professor deve especificar as atividades que serão realizadas de acordo com a organização da sala e os agrupamentos planejados antecipadamente. Para poder dar atenção a alguns grupos específicos é importante que sejam disponibilizadas outras atividades que os demais alunos consigam realizar com autonomia, mas ao mesmo tempo proporcionando interação e desafio. É importante que antes de colocar os recursos/atividades o professor faça todo o encaminhamento e exploração junto aos alunos na roda da conversa. Mesmo estando no outro grupo o professor, de longe pode supervisionar se a atividade está sendo realizada de acordo com as orientações.

ATIVIDADE COLETIVA

Existem alguns momentos na rotina em que o professor precisa trabalhar com todos os alunos ao mesmo tempo (introdução de um conteúdo e/ou tema novo, experiência, projeto didático, debates, seminários, assistir um filme, palestras, revisão e análise de textos, etc).
Apesar de necessário, esse momento não deve se estender durante muito tempo e nem sobrepor os demais itens da rotina, pode acontecer no máximo três vezes na semana. O movimento, roda da história e roda da conversa também poderão ser considerados momentos coletivos.
Socialização: Planejar sua aula pensando nos momentos de validação das aprendizagens é uma prática bastante eficaz. É nesse momento que a criança perceberá que uma mesma atividade poderá ser realizada de diversas maneiras. Elaborando hipóteses através de conversas e assuntos já trabalhados a turma aprenderá muito e o professor observará como cada grupo pensou. Será um diagnóstico importante para dar sequência no trabalho docente.

ATIVIDADE INDIVIDUAL

É realizada, geralmente, quando o professor pretende verificar o que o aluno entendeu sobre determinado conteúdo, por meio de questionários, simulados, produções escritas, diagnósticos, etc. (situações escritas)

LINGUAGEM PSICOMOTORA (MOVIMENTO)

Neste momento, mais do que uma atividade de recreação, é a hora de oferecer aos alunos a oportunidade da livre expressão corporal, de criatividade e descontração. Alguns jogos simples de cooperação, percepção e até de regras podem ser realizados com a orientação do professor sempre. O trabalho com música e seus diferentes ritmos, coreografias criadas pelos próprios alunos, brincadeiras conhecidas e outras antigas ou desconhecidas por eles podem ser exploradas. Dinâmicas de grupos que enfatizem valores, construções teatrais simples, etc.
O movimento é da responsabilidade do professor da sala (planejamento e aplicação) e pode acontecer uma vez na semana, preferencialmente não coincidindo com a aula de educação física ou projeto de dança ou capoeira.
O papel do professor e a intervenção pedagógica
O professor enquanto organizador do processo-ensino aprendizagem deverá planejar, mediar o trabalho com grupos produtivos, pensando nos diferentes níveis de desenvolvimento e possibilitando a troca de experiências. O fato de dar autonomia a criança e torná-la ativa no processo ensino-aprendizagem não significa que o professor terá um papel secundário, mas sim o mediador, incentivador, motivador, provocador, entre a criança e o conhecimento.
Uma criança ajudando a outra serve de referência para as atividades e estímulo para reflexão. Ao explicar para o colega (s) a criança consolida o que já sabe e reorganiza seus próprios conhecimentos. Os procedimentos e estratégias do professor são variáveis. Em poucas palavras a ação do professor não pode ser um fim e voltar-se para ele mesmo, mas sim ser significativa desencadeando uma ação da criança e assim sucessivamente, partindo sempre do que a criança já sabe. Para isso é importante:
·      Informar os alunos sobre o que se pretende com a atividade, levando-os a perceber que estão fazendo algo que responde a certo tipo de objetivo, e/ou necessidade;
·      Preparar os alunos antes de toda e qualquer mudança ou novidade que for ocorrer em relação a: uso do tempo, organização do espaço, forma de agrupamento, utilização dos materiais, propostas de atividades e demais aspectos que interferem nos resultados do trabalho pedagógico;
·      Apresentar as atividades de maneira a incentivar os alunos a darem o melhor de si mesmos e a acreditarem que sua contribuição e relevante para todos;
·      Criar uma ambiente favorável à aprendizagem e ao desenvolvimento de autoconceito positivo e de confiança na própria capacidade de enfrentar desafios (por meio de     situações em que eles, por exemplo, são incentivados a se colocar, a fazer perguntas, a comentar o que aprenderam etc.).
·      propor perguntas que requeiram níveis de esforço diferentes;
·      oferecer uma informação específica que promova o estabelecimento de novas relações;
·      ouvir o que o aluno tem a dizer sobre o que pensou para chegar a um determinado produto;
·      estimular o progresso pessoal.
Referências:
Antunes, Celso. Jogos para a estimulação as múltiplas inteligências / Celso Antunes. 17. Ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
Bonduki, Sônia. Ciencias: livro do professor/ Sônia Bonduki e Carolina reuter Camargo. –1.ed. –São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008. –(Coleção brasiliana).
Coll, César. Aprendizagem escolar e construção do conhecimento / César Coll; trad. Emília de oliveira Dihel. – Porto Alegre: Artmed, 1994.
Estratégias de leitura. –belo Horizonte: Editora Educacional, 2009. –(Coleção cadernos de formação continuada) Vários autores.
Freire, Weffort Madalena / Observação, registro e reflexão, Instrumentos metodológicos I, 2.ed. Setembro/1996, impressão Artcolor.
Guia do coordenador / Organização de Paulo César Dias de Moura – Belo Horizonte: Editora Educacional, 2007. 228p. Vários autores.
Jablon, Judy R. O poder da observação: do nascimento aos 8 anos/Judy R. Jablon, Amy Laura Dombro, Margo L. Dichtelmiller; tradução Ronaldo Cataldo Costa. -2.ed.-Porto Alegre:Artmed, 2009.
Letra e vida, Programa de Formação de professores alfabetizadores – Módulo 2, São Paulo, 2007.
Smole, Kátia Stocco. Jogos de matemática de 1º a 5º ano / Kátia Stocco Smole, Maria Ignez Diniz, Patrícia Cândido. – Porto Alegre; Artmed, 2007
Vasconcellos, Celso dos Santos. Construção do conhecimento em sala de aula / Celso dos S. Vasconcellos. – São Paulo; Libertad, 1999.
Vigotsky, Lev Semenovich, 1896-1934. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores / L. S. Vigotsky; organizadores Michael Cole... [et AL.]; tradução José Cipolla neto, Luís Silveira Menna Barreto, Solange Castro Afeche. – 7ª. ed. – São Paulo: Martins Fontes, 2007.
Zabala, Antoni. A prática educativa: como ensinar / Antoni Zabala; tradução Ernani F. da F. Rosa – Porto Alegre: Artmed, 1998.

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