Patilhando saberes

As inteligências, quando se articulam e interagem, criam sinergia e exponencializam a nossa inteligência individual. Eu passo a incorporar em mim a inteligencia dos demais que interagem comigo.
Um pensamento individual é um só pensamento. Um pensamento compartilhado...é um pensamento sinergético. E o pensamento sinergético faz a nossa consciencia abrir-se em olhares infinitos, dimensões e compreensões infinitas. É como se tivéssemos mil olhos, mil sensores e mil estados de consciência.
Queremos ter a oportunidade de compreender o que isso significa. Digam-nos! Nos deêm a oportunidade de nos ver com teus olhos e aprender, contigo, sobre nós.

Silva,2006, p. 37



segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Estudando a avaliação

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE ITAPEVA
CENTRO DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA
AVALIAÇÃO NO NOSSO COTIDIANO
A avaliação acontece a todo o momento e em várias atividades da nossa vida. Estamos sempre fazendo apreciações sobre o que vemos, fazemos, ouvimos e o que nos interessa ou nos desagrada. Os adjetivos estão sempre presentes em nossas apreciações.
 AVALIAÇÃO NA ESCOLA
                     Na escola isso também acontece só que nela a avaliação é intencional e sistemática e os julgamentos que ali são feitos têm muitas conseqüências, algumas positivas outras negativas. Mesmo antes de a criança chegar à escola, no momento da sua matrícula, a avaliação pode começar. Ainda não é a avaliação por meio de provas e exercícios, mas por meio das informações que nos mostram quem é a criança: onde mora, com quem mora, o que sua família faz etc. Muitas vezes nesse momento começa a ser construída a imagem que a criança terá enquanto estiver naquela escola. É uma das conseqüências da avaliação que podem influenciar a maneira de a criança ser tratada na escola, repercutindo em sua trajetória escolar e de vida.
A avaliação acontece de várias formas na escola. É muito conhecida a avaliação feita por meio de provas, exercícios e atividades quase sempre escritas, como produção de textos, relatórios, pesquisas, resolução de questões matemáticas, questionários, etc (HOLFFMANN, 2009, P.37). Quando a avaliação é realizada dessa forma, todos ficam sabendo o que está acontecendo: alunos,  professores e pais. Esse tipo de avaliação costuma receber nota, conceito ou menção. É o que chamamos de avaliação formal.
Mas há outro tipo de avaliação muito freqüente, principalmente na educação infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental: é aquela que se da pela interação dos alunos com os professores, com os demais profissionais que atuam na escola e até mesmo com os próprios alunos, em todos os momentos e espaços da educação escolar. Trata-se da avaliação informal. Ela é importante porque dá condições ao professor de conhecer mais amplamente cada aluno: suas necessidades, seus interesses, suas capacidades, o que já aprendeu e o que ainda não aprendeu e a melhor forma de aprender. São momentos valiosos para a avaliação.
Pelo fato das crianças não saberem que estão sendo avaliada, a avaliação informal deve ser baseada principalmente na ética. Segundo Holffmann (2009, p. 44) cabe à avaliação ajudar o aluno a se desenvolver, a avançar, não devendo expô-lo a situações embaraçosas ou ridículas, afinal a interação entre professor e alunos acontece de forma constante e muito natural.
A avaliação informal dá grande flexibilidade de julgamento ao professor devendo ser praticada com responsabilidade, com o objetivo de promover a aprendizagem do aluno. O professor coloca-se a disposição dos alunos para auxiliá-los em seu trabalho, mas reações que acontecem são espontâneas e imprevisíveis. Muitas vezes ele é surpreendido com perguntas e pedidos de ajuda apresentados de formas mais variadas, tendo em vista as diferenças dos alunos. Contudo, o professor deve estar preparado para perceber tudo o que acontece e para fazer registros necessários.
Pelo fato da construção do conhecimento acontecer de forma permanente e sucessiva, a avaliação do processo torna-se imprescindível, assim como considerar, valorizar e interferir se isso exige do professor uma reflexão teórica necessária para o planejamento de situações provocativas ao aluno que favoreçam a sua descoberta, e o seu aprofundamento em determinada competência ou habilidade específica. Cada tarefa significa um estágio da sua evolução do seu desenvolvimento, portanto não há como somá-las e calcular médias. Elas complementam-se, interpenetram-se.
É imprescindível o registro sério e detalhado das questões que se observa. Tais dados não podem nem devem permanecer como informações generalizadas e superficiais a respeito das manifestações dos alunos, nem se reduzir a número de acertos ou a conceitos, por isso o ideal seria utilizar instrumentos avaliativos como: relatórios de avaliação e portfólio individual dos alunos.
A IMPORTÂNCIA DO REGISTRO
O registro auxilia no processo de avaliação do aluno por parte do professor e pais, demonstra claramente para um observador de fora, a nítida percepção do enfoque, metodologia e mesmo qualidade do trabalho do professor quanto ao oferecimento de meios para que a aprendizagem aconteça assim como o atendimento à diversidade em sala de aula.
Registros significativos são construídos pelo professor ao longo do processo. Sua forma final é apenas uma síntese do que vem ocorrendo, uma representação do vivido. Nessas condições devemos considerar que essa não é uma tarefa fácil! E compreendemos a dificuldade dos professores, porque nos desafia a prestar atenção em todos os alunos e a refletir profundamente sobre a ação educativa, pois “A escrita – representação da fala, representa o que nossa consciência pedagógica se deflagra” (FREIRE M. 1989, p.5). Revelamos no momento do levantamento de pareceres, posturas pedagógicas, o nosso saber didático, referenciais teóricos. Eles são a imagem professor-aluno que se dá no processo do conhecimento. Muitos professores temem por não estarem acostumados a relatar seu trabalho, pois geralmente na escola, se pensa no futuro (planejamentos que algumas vezes sequer saem do papel) e muito pouco se reflete, se relata sobre o que aconteceu, os porquês e prováveis encaminhamentos. Registros de avaliação exigem exercício do professor. Exercício de prestar atenção nas manifestações dos alunos (orais e escritas), exercício de descrever e refletir teoricamente sobre tais manifestações, de partir para encaminhamentos ao invés de permanecer nas constatações.
O PORTFÓLIO COMO AUXILIADOR NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
O portfólio serve para vincular a avaliação ao trabalho pedagógico em que o aluno participa da tomada de decisões, de modo que ele formule suas próprias ideias, faça escolha e não apenas cumpra prescrições do professor e da escola. Nesse contexto a avaliação compromete com a aprendizagem de cada aluno e deixa de ser classificatória e unilateral. O portfólio é uma das possibilidades da criação da prática avaliativa comprometida com a formação do cidadão capaz de pensar e de tomar decisões (HOLFMANN, 2009, P.98). Para isso, alguns princípios chave orientam sua construção. O primeiro deles é a organização pelo próprio aluno, num tempo específico determinado somente para isso (organização das amostras na pasta portfólio), crianças menores recém alfabetizadas necessitam do auxílio do professor, mas nas escolhas sempre têm a última palavra. A orientação dada pelo professor é variável, quanto maiores, mais autônomas, mais a individualidade do aluno é apresentada assim como mais responsabilidade ele tem pela construção e cuidado do seu portfólio.
Ambos (provas e portfólio) são instrumentos de avaliação, cada um cumprindo propósitos diferentes. As desvantagens de se adotar somente provas são: Porque ela não tem condições de avaliar toda a aprendizagem do aluno, que se dá por meio de diferentes linguagens, além de ser um instrumento inteiramente organizado pelo professor. É ele que: a) decide se a prova será inteiramente objetiva ou subjetiva ou se serão incluídas questões dos dois tipos; b) seleciona os conteúdos das questões; c) determina o dia e horário da sua aplicação, sua duração e o espaço a ser utilizado pelo aluno para dar suas respostas. Ela pode ser um dos instrumentos a compor o portfólio, mas não substitui a função que ele apresenta para a avaliação.
PROCESSO DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DO ALUNO:

















REFERÊNCIAS:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Rio de Janeiro: paz e Terra,

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança. Um encontro com a pedagogia do oprimido. Rio de janeiro: Paz e Terra, 1979

HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora. Uma prática em construção da pré escola á universidade. Porto Alegre: Mediação 2009, 160p.

HOLFFMAN, Jussara. Avaliação mito & desafio: uma perspectiva construtivista. Porto alegre: Mediação, 1991.

VILLAS BOAS, Benigna Maria de Freitas. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico. 5 ed. Campinas, SP: Papirus, 2004, 191p.

Formação Continuada 5º ano - Ensino Fundamental de Nove Anos.
ATP Francismaire Painado atpfran@hotmail.com
ATP Fábio Proença atpfabioproenca@yahoo.com.br

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